Por Geraldo Xexéo
No momento acompanho o voo da minha filha por um site chamado FlightRadar. Dá para ver a Europa coalhada de aviões, e o avião dela marcadinho no meio da tela.
Vamos lembrar: Quando minha avó nasceu, em 1923 (e ela ainda está viva), aviões eram coisas de heróis. O primeiro voo Transoceânico foi em 1934 (pela Lufthansa). Demorou 66 horas, teve 14 escalas. Hoje, com a união de milhares de tecnologias (do avião, de radar e telecomunicações, da internet, de monitores de vídeo e computação, distribuição de energia, espuma para cadeira que sento, plásticos diferentes, microchips, matemática da criptografia, e até o café expresso em cápsulas que estou tomando…) eu tenho essa informação e a considero trivial. Imaginem agora se, em 1949, logo após o final da II Guerra Mundial, minha avó com a filha doente sendo tratada por um tal de “antibiótico” conseguido com o exército americano, alguém pudesse descrever esse futuro? E, devo dizer, não seria algo totalmente impossível de extrapolar. Toda tecnologia básica de radar tinha sido inventada, patentes de televisão, computadores, hipertexto, etc… etc… etc… já tinham sido discutidos, patenteados, inventados em sua forma mais simples. Mesmo assim, duvido que ela acreditasse. Extrapolar do simples para o complexo, do separado para o sistêmico e entender as formas como as tecnologias se alavancam uma a outra é extremamente difícil. Assim como entender e imaginar que pequenos desenvolvimentos de hoje, patentes isoladas, descobertas aparentemente isoladas se unirão, se tornaram imbricadas no futuro e se transformarão em tecnologias úbiquas.
Pensando nisso, comecei a imaginar como que tecnologias (de ensino, trabalho, medicina), colocadas em rede, poderiam formar, no futuro, sistemas bem mais complexos? Para citar um exemplo, bem simples, vou escolher duas tecnologias já bastante avançadas no momento, mas ainda em sua infância: impressoras 3D e Drones. O que acontece se misturarmos as duas? Que tal, impressoras que imprimem drones que constroem pontes? Ou impressoras que imprimem robôs assassinos que eliminarão a humanidade para benefício maior do planeta Terra? Parece que estou brincando, mas não. E vou mais além, acredito que o uso de crowdsourcing poderia ser útil para levantar ideias de como essas tecnologias funcionariam par a par, três a três, simplesmente pedindo para as pessoas imaginarem o que pode resultar de juntar A com B.
Então, fica a reflexão para vocês pensarem e terem ideias.